18/12/2015

Como sobreviver a todas as festas Natalícias?

Se começaste a ler este texto à procura de uma resposta, lamento, mas vieste ao engano. Isto é, de facto, uma pergunta. Como é que se sobrevive a todas as festas de Natal das escolas dos filhos, jantares com amigos, almoços da empresa, lanches com amigos e reuniões familiares sem fim?!
Não há agenda que aguente tanta marcação, nem dias com horas que cheguem! Sobretudo quando a todos estes eventos antecede o ter de cozinhar um petisco de Natal para partilhar, e uma ida às compras para arranjar um presente ou lembrança para todas as pessoas a quem gostamos ou "temos" de oferecer um presente.

Eu cá não gosto da obrigação de oferecer. A partir de dia 1 de Dezembro não entro mais em shoppings, compras de supermercados só em lojas de rua, e prendas a comprar é numa das dezenas de Feiras e Mercados de Natal que proliferam nestas alturas.
Adoro oferecer presentes, premeditando cuidadosamente o quê para quem. Os meus presentes trazem sempre uma mensagem clara sobre o que quero dizer a essa pessoa.
Como se já não bastasse o Natal agora começar em Outubro, mesmo antes do São Martinho e do Dia das Bruxas, a urgência e a compulsão das compras de Natal deixam-me o já estafado espírito de Natal muito em baixo. De modo que todas estas festas Natalícias em causam uma enorme ansiedade, não quero falhar com ninguém com a minha presença e atenção, mas não sei mesmo como irei sobreviver a todo este stresse sem ter de me internar num spa após o Natal.
É que, a ver pelo que ando a gastar com tudo isto, não vai sobrar um eurito para a tão desejada sessão de relax e detox pós festas...

N.



11/12/2015

Ai, os 6 anos!

Ser mãe foi, para mim, uma luta, uma batalha que venci, pois hoje tenho-te a ti, minha sardanisca, (é assim que lhe digo, "és a minha sardanisca linda") .
Antes de ti, perdi uma gravidez gemelar. Foi extremamente duro mas hoje penso que existiu algo para aprender com a perda dos meus meninos.
Não deveria ser a hora certa, algo não estaria bem. Deus tinha outros planos para mim.
Por tudo isto e mais algumas coisas, o dia em que o teste de gravidez deu positivo foi um misto de loucura boa e pânico, simultaneamente.
Hoje tens 6 anos e cresces a olhos vistos. O tempo corre!
O esforço para te acompanhar no dia-a-dia e nada te faltar é brutal, mas faço tudo para que não o notes, nem sintas nenhuma diferença relativamente às outras crianças, por seres filha de pais separados. Só que, por vezes, sinto que falho, pois há respostas que me dás que são como um tiro no coração. Não ouves nada do que te digo, repito as coisas trezentas vezes... Será que não assimilas nada?! Onde estou a errar? O que devo fazer para que me ouças e faças simples tarefas?...

Há dias duros na maternidade. Nem tudo são rosas. Mesmo assim vale tanto a pena!
Vales qualquer ruga, qualquer cabelo branco, qualquer insónia.
Amo-te filha!

Xana


10/12/2015

Carta ao meu filho

Hoje fazes 6 anos. Seis anos.
Não sei como é que isto aconteceu, ainda no outro dia te estava a sonhar, imaginando como serias, e de repente já caminhas à minha frente, sem me querer dar a mão.
Sinto que foi ontem que te acariciava na minha barriga, pensado se terias os olhos do azul índico onde foste concebido ou se seriam castanhos como os meus. Torcia para que nascesses com a paixão do teu pai pelo mar, para o acompanhares, e o meu amor pelos animais, para que eu me pudesse orgulhar.

Num instante, já estavas cá fora e eras um bebé carequinha, lindo como aqueles de revista, e eu babava-me de cada vez que olhava para ti. Não me cansava de te contemplar e de sorrir para cada uma das tuas gracinhas, uma nova e deliciosa conquista a cada dia.
Dei graças a Deus por cada etapa ultrapassada, sem cólicas, bronquiolites, escarlatinas nem piolhos. Acima de tudo, agradeci cada dia livre dos prognósticos que te fizeram à nascença.

Depois começaste a rastejar, parecias um soldadinho em treinos militares, e antes de gatinhares já estavas em pé, correndo como um pinguim desequilibrado. Um dia, enquanto imitávamos os sons dos animais, gritaste "a bola!", e depois chamaste pelo "cãummmmmmm", e só tempos mais tarde tivemos o privilégio de te ouvir chamar por nós: "mamã", "papá", as palavras mais doces que tínhamos escutado.

Uma escola e depois outra. As primeiras festinhas dos amigos, as festas da escola, tantas novidades! Educadores que viraram família e nos ensinaram a relaxar enquanto pais. Pessoas que assumiram a dura batalha de te dar sopas e de te fazer o desfralde quando a sanita ainda era um papão.

Muitos passeios, várias viagens, a certeza que não negas a tua paternidade e que serás sempre um excelente companheiro de aventuras.
E, afinal, não tens os olhos azuis do teu pai, nem castanhos como os meus. Tens os olhos verdes e sonhos só teus. Se os animais sempre foram a tua perdição, já o interesse pelo surfe tem demorado mais a chegar, mas aos poucos vais lá.
Não sei se vais ser veterinário, astronauta ou carteiro. Ainda estás indeciso, é natural... O que eu sei é que, sejam quais forem as tuas ambições, tenhas 6, 16 ou 66 anos, a mãe vai sempre, sempre estar aqui para te ajudar a concretizá-las... Ainda que, pelo meio, tenha que te dar uns valentes puxões de orelhas.
Pois, faz parte. Os ralhetes, as zangas, a frustração, tudo isso faz parte da árdua missão de educar, que uns dias nos deixa cansados e com a sensação de que estamos a fazer tudo mal, e noutros nos eleva a uns estado de quase levitação por um orgulho e amor transcendentes.

Tu não tens sido um miúdo fácil ou se calhar eu é que sou uma mãe complicada, mas uma coisa sabes que é garantido: o meu amor por ti, faças o que fizeres.
E é por isso que te perdoo de já ires fazer 6 anos, de teres dado corda à tua infância e a fazeres passar a mil à hora, quase sem me dar tempo de a aproveitar. Eu perdoo-te, mas não te largo. Sei que já não gostas de beijos à porta da escola, nem de abraços demorados, que te irritas de te tratar por "bebé", mas disso eu não abro mão. Temos pena, vingas-te na adolescência!

Parabéns meus Amor!

N.