Não é fácil conjugar horários mas faz-se por uma questão de sanidade mental. E, para mim, é imperativo uma vez por semana estar com as minhas amigas, seja num pequeno-almoço apressado na cafetaria que fica entre as escolas dos miúdos, num lanche caseiro ao Domingo, num café em modo de fuga de uma ensurdecedora festa infantil, ou num jantar com direito a teatro ao Sábado à noite. Isto é a minha terapia, as gargalhadas que soltamos juntas são o meu anti-depressivo.
Falar dos disparates dos miúdos, cascar nos maridos, gozar com as nossas próprias figuras ou simplesmente jogar conversa fora, naqueles assuntos que só gajas entendem. Não há melhor forma de aliviar o stresse do dia-a-dia que dividir com as pessoas com quem nos identificamos as nossas aventuras e desventuras.
Mas à quinta-feira o meu foco já só está no momento em que na sexta à noite chego a casa, visto logo o pijama e como um frango ou pizza de take away mesmo no sofá, onde nos refastelamos de seguida, bem aninhados uns nos outros até adormecer (o que geralmente acontece 10 minutos depois).
De modo que quando me convidam para uma saída sexta-feira à noite a minha primeira reação é "Não". E a segunda é "não vai acontecer, não contem comigo". E, se na insistência ainda me tentam convencer com argumentos como "vai ser giro, vamos a uma discoteca dançar", então isso é o mesmo que oferecer-me uma viagem de metro à hora de ponta, como disse a minha amiga Rita, numa conversa a propósito disto de sair à noite.
Mas pronto, depois lá desço do chinelo de mãe acabada, coloco o vestido das saídas noturnas (que já cheira a bafio, tal é o tempo em que está arrumado) e enfio na mala a bolsa das pinturas para logo, após cinco cafés, me embonecar para ir jantar, tomar um copo e, qui çá, abanar o esqueleto agarrada às amigas que tão bem me fazem.
(N)
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