27/11/2015

Terapia de grupo (com bolinha vermelha)

Solteiras, casadas ou divorciadas, com relações mais ou menos apaixonadas, a verdade é que todas as mulheres precisam de um pouquinho de fantasia nas suas vidas para apimentar a sua sexualidade. 
Isso mesmo, sexualidade. Porque a maternidade não nos deixa menos sensuais e sedutoras, nem tão pouco nos deve inibir de continuar a explorar a nossa sexualidade, ainda que em decibéis mais reduzidos para não acordar a criança que dorme no quarto ao lado. 

E foi por isso que, uma destas noites, demitindo-nos temporariamente dos nossos afazeres familiares, fintámos o sofá, demos um beijo de boa noite à malta lá de casa, e reunimo-nos em casa da Xana, para uma reunião feminina, regada a vinho e uma dose generosa de chocolates, para desinibir quaisquer tabus ou preconceitos.
Chamámos a Cláudia e com ela a promessa de uma noite de grande risada e aprendizagem. 

Como se de um espetáculo se tratasse, em jeito de stand up comedy misturado com manual de instruções ao vivo, assistimos à apresentação de um conjunto de artigos, que se nos revelaram como um incrível mundo novo.
Cremes de corpo comestíveis com sabor a chocolate, morangos e champanhe ou maracujá, que nos torna irresistíveis para sermos beijadas infinitamente; velas que, uma vez derretidas, se derramam sobre o corpo, transformando-se em óleo de massagem, quente e perfumado; lubrificantes com sabor a mojito (uma piela à prova de grávidas ou lactantes); uma espuma crepitante de massagem, capaz de arrepiar os/as mais insensíveis, numa explosão tipo Petazetas; incensos com feromonas, para atrair os companheiros mais distraídos; vibradores com os mais variados e estranhos formatos, para diversos gostos e finalidades; chicotes para nos armarmos em dominadoras (e também para explorar outras sensibilidades), géis com efeito quente e frio, para intensificar o prazer; entre outras apetecíveis malandrices.

Só sei que estes brinquedos garantem, na pior das hipóteses, uma boa dose de diversão e experiências na cama (ou fora dela!) que ficarão, certamente, para a nossa história pessoal, na categoria "Eu já fui a uma Maleta Vermelha" - e adorei! 

N.




06/11/2015

TGIF (thank God it's Friday!)

Sempre tive uma vida social animada. Nunca fui muito de sair para discotecas mas, até engravidar, era rara a semana em que não tinha um jantar com amigos, em casa ou num restaurante da moda. Sendo os amigos a família que escolhemos, são uma parte muito importante da minha vida, e não foi o casamento ou a maternidade que mudaram a necessidade de estar com eles. Claro que os jantares e as saídas ficaram mais espaçadas e condicionadas aos horários da família, mas lá em casa fazemos por respeitar a individualidade de cada um, e isso significa que, à parte dos momentos familiares e em casal, cada um tem o seu tempo para o desporto, para ir ter com os amigos, ou para estar simplesmente sozinho.
Não é fácil conjugar horários mas faz-se por uma questão de sanidade mental. E, para mim, é imperativo uma vez por semana estar com as minhas amigas, seja num pequeno-almoço apressado na cafetaria que fica entre as escolas dos miúdos, num lanche caseiro ao Domingo, num café em modo de fuga de uma ensurdecedora festa infantil, ou num jantar com direito a teatro ao Sábado à noite. Isto é a minha terapia, as gargalhadas que soltamos juntas são o meu anti-depressivo.
Falar dos disparates dos miúdos, cascar nos maridos, gozar com as nossas próprias figuras ou simplesmente jogar conversa fora, naqueles assuntos que só gajas entendem. Não há melhor forma de aliviar o stresse do dia-a-dia que dividir com as pessoas com quem nos identificamos as nossas aventuras e desventuras.

Mas à quinta-feira o meu foco já só está no momento em que na sexta à noite chego a casa, visto logo o pijama e como um frango ou pizza de take away mesmo no sofá, onde nos refastelamos de seguida, bem aninhados uns nos outros até adormecer (o que geralmente acontece 10 minutos depois).
De modo que quando me convidam para uma saída sexta-feira à noite a minha primeira reação é "Não". E a segunda é "não vai acontecer, não contem comigo". E, se na insistência ainda me tentam convencer com argumentos como "vai ser giro, vamos a uma discoteca dançar", então isso é o mesmo que oferecer-me uma viagem de metro à hora de ponta, como disse a minha amiga Rita, numa conversa a propósito disto de sair à noite.
Mas pronto, depois lá desço do chinelo de mãe acabada, coloco o vestido das saídas noturnas (que já cheira a bafio, tal é o tempo em que está arrumado) e enfio na mala a bolsa das pinturas para logo, após cinco cafés, me embonecar para ir jantar, tomar um copo e, qui çá, abanar o esqueleto agarrada às amigas que tão bem me fazem.

(N)
 

01/11/2015

Não gosto que os meus filhos façam anos.

Sou a pessoa mais lamechas que conheço: no dia seguinte ao casamento fiquei triste...porque tudo o que envolveu e antecedeu aquele dia foi tão único e intenso que sabia não vir a repetir.
Aconteceu-me mais ou menos a mesma coisa quando fiquei grávida e depois quando tive o primeiro filho.
E acontece-me em muitas outras coisas e momentos da minha vida.
Sou apegada a coisas, a momentos e às minhas pessoas.
Lembro-me com saudades (tantas saudades) de quando eles eram pequeninos. De quando cabiam inteirinhos no meu colo. De quando me davam beijocas sem vergonhas.
E apetece-me que o tempo volte atrás. Ou que pare agora e não avance mais.
O tempo voa. Passa num ápice. E eu fico meia desorientada. Acho que não o consigo acompanhar. Faço mil planos para o futuro mas vivo muito presa ao passado e às memórias que ficaram.
Amanhã o Afonso faz 6 anos. Vou ficar muito feliz por ele já ser um homenzinho, por ver que tem tantos amigos, por estar feliz, por estar comigo. 
E vou chorar de saudades pelo meu bebé. Pelos caracóis desgrenhados que deram lugar a um cabelo arranjadinho, pelo jeitinho doce com que se aninhava no meu colo e pela forma subtil com que à noite se esgueirava para a minha cama.
E vou agarrá-lo com força. Várias vezes. Vou dar-lhe beijos. Aos montes. Vou dar-lhe colo. Mesmo com ele a espernear para sair.
E vou dizer-lhe que o amo até ao infinito...e muito mais além!
Parabéns filho!!!

Rita