28/09/2015

Fato de treino… no colégio

Desde dia 15 de Setembro que pareço a mulher zombie, ora a rir, ora a chorar, ora a bocejar… Sobretudo a bocejar. Motivo: a pequena criatura iniciou o primeiro ciclo e eu deixei de ter o primeiro sono da manhã. Toca a despertar, tomar banho, tratar de pequenos-almoços, ver se a farda está completa, pegar na mochila, lancheira e, já agora, na minha mala. Não esquecer a criança, mas ela faz-se ouvir, não há problema! Entrar no elevador e ver se estamos todos compostinhos rumo ao novo dia que mal nasceu (pelo menos é a impressão que tenho).
Sinto-me vitoriosa por seguir um dos mandamentos da minha mãe, traduzindo, vou decentemente vestida, penteada e, pasme-se, consigo até sair maquilhada. Pareço quase a mulher maravilha não fosse a correria e a agenda cheia de tarefas para cumprir, a martelar na minha cabeça ainda meio adormecida.

E eis que entro na sala onde se reúnem alunos e professores antes do dia começar. No primeiro, levo logo uma cotovelada no olho de uma mãe atrasada, que não sabe que a palavra “desculpe” existe. Assumo como uma praxe.
Depois, olho em volta e chego à conclusão que as mães são como as castas de uvas. Há para todos os vinhos, mais doces, mais amargas, mais claras ou sempre bronzeadas. Mas há uma espécie que se distingue e com a qual ainda não me tinha cruzado anteriormente: as impecavelmente vestidas num fato de treino justo, e maquilhadas como se fossem para uma festa. Umas mostram as curvas, outras a falta delas. Todas a serenidade de quem, a seguir à entrada das crias nas aulas, vai caminhar, praticar exercício ou simplesmente não fazer nada até ser hora de voltar a picar o ponto.
E, não invejando nada o fato de treino na versão cheio de base, cobiço o tempo para nada fazer que ostentam. E, sim, sei que nunca conseguiria ser assim, mas a verdade é que uma certa raivinha se apodera de mim por uns quantos minutos.



Carla

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