05/10/2015

Crianças com trela e unhas encravadas

No outro dia ouvi a senhora que estava sentada na mesa ao lado falar sobre a sua infância.
Dizia que a mãe prendia-a com uma trela, juntamente com os irmãos, de modo a que eles estivessem sossegados.
Não fosse já isto motivo suficiente para algum choque, o pior foi quando ouvi a senhora dizer que tudo isto era normal e que, afinal, ela não tinha morrido por causa disso.

E passam-me tantas coisinhas pela cabeça neste momento:

- A senhora da trela queria que os miúdos estivesses sossegados ou era ela que não queria fazer nenhum?! Do tipo...levar com seres pequeninos que guincham e que não param quietos porque sofrem de uma doença que se chama infância e sobre a qual somos totalmente responsáveis porque somos mães;

- Quanto à justificação "não morri por causa disso" que fica sempre bem a quem não tem um argumento mais válido do que o "porque sim", tenho a dizer que uma vez tive uma unha do pé encravada e também não morri por causa disso. Mas dói que se farta, não me apetece repetir.
E houve outra vez em que bebi um copo de leite azedo (só dei por isso no fim...foi alarvice, eu sei) e também não morri por causa isso. Mas se tudo correr bem não volta a acontecer.

Devo dizer ainda acerca das trelas que não gosto de as ver em crianças. Primeiro porque visualmente parece que aquela situação por si só está a diminuir a criança na sua essência: os miúdos são para estar a saltar, a rodar, a subir a cada poste que encontram ao longo do passeio (e raio...tantos postes que encontramos em 100 metros).
Depois, porque acho perigoso. Afinal, se uma criança se habituar a andar com trela não vai aprender a respeitar ela própria as regras de segurança quando anda na rua (há que saber andar nos limites do passeio, não atravessar a estrada sem antes dar a mão aos pais, saber que é na passadeira que se atravessa,..., e tudo isto sem precisar ser empurrado e puxado por uma trela).
Educar dá trabalho que se farta...mas é assim!

Portanto, a menos que a criança tenha alguma perturbação específica do comportamento (que justifique ter de estar permanentemente sob controlo) não estou de acordo.

E senhora que estava sentada ao meu lado: não repita a proeza com os seus filhos, sim?!
Na dúvida...adote um cão!


Rita




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