Acordar cedíssimo, colocar tudo prontinho na lancheira, de banho tomado e meia vestida vou acordar-te. Ah, meu bebé, dormes como um anjo... Mas upa, outro dia raiou.
As horas passam tão depressa que, neste momento, precisava que o dia tivesse 48, só para te aproveitar um pouco mais.
Nem respiro. Chegam as cinco da tarde, assim, do nada. Ai que está quase a bater o sino para te ir buscar. Em casa, fazer tudo, desde dar-te banho, ajudar no TPC, fazer jantar e almoço para o dia seguinte, mimos (que sabem a pouco para mim) e deitar-te. Não há tempo para mais nada, constato com a lágrima a escorrer.
Raios, faz parte não?! Porque é que fico assim? Onde paira a qualidade do dia? Questiono-me vezes sem conta. Não sei. Ainda estou a tentar habituar-me.
Adormeces num ápice, sei que o dia também foi longo para ti, meu anjo.Demasiado longo para os teus 6 anos. A noite chega muito depressa.
Xana
30/09/2015
29/09/2015
Não chegavam os TEC, eis que vieram os TPC!
E, num clique, estamos nos 6 anos. Escolhemos novas escolas (há tanto para falar sobre este assunto que remeto para mais tarde), dão-nos uma lista infinita de material escolar para comprar, que nos obriga a percorrer o equivalente a 10 km de caminhada, preenchemos papelada que não acaba, tentamos habituar-nos aos novos horários, vamos a reuniões com pessoas que nunca vimos à frente e eis que começa o primeiro ano lectivo do resto da vida de estudante da pequena criatura, que estimo que termine lá para os 23, com o mestrado feito e pago pelos papás.
Mas o pior de tudo é voltar aos TPC (Trabalhos Para Casa), que tinham sido banidos da nossa existência há quase duas décadas. Não bastavam os TEC (Trabalhos Em Casa), aquele tipo de tarefa enfadonha e que não acaba, tal como pôr a roupa a lavar, a secar, preparar para mandar engomar, fazer refeições, limpar o que não foi limpo, arrumar, enfim, manter a ordem no caos de quem tem homem e criança em casa.
Em nove dias de aulas, a minha filha aprendeu duas letras: i e u e quer fazê-las até à (minha) exaustão… Também tem de escrever o nome em letras manuscritas, porque com as outras já escrevia desde os tenros 5. Nada de especial para quem se está a estrear nestas lides. Aliás, no primeiro mês, até nos foi dito que os alunos não têm TPC, só que treinar… com os pais, claro!
Também precisamos de ter prontinho para levar um portátil para as aulas de TIC (Técnicas de Informação e Comunicação), o CD de inglês devidamente descarregado e ouvido no descanso do lar. Só falta mesmo termos de saltar nas aulas de ginástica e cantar nas de música. Já faltou mais.
Com este andamento, temo que, até dezembro, já leia os Lusíadas e eu esteja num daqueles retiros espirituais onde as letras não são tão importantes assim, muito menos um computador.
Carla
Mas o pior de tudo é voltar aos TPC (Trabalhos Para Casa), que tinham sido banidos da nossa existência há quase duas décadas. Não bastavam os TEC (Trabalhos Em Casa), aquele tipo de tarefa enfadonha e que não acaba, tal como pôr a roupa a lavar, a secar, preparar para mandar engomar, fazer refeições, limpar o que não foi limpo, arrumar, enfim, manter a ordem no caos de quem tem homem e criança em casa.
Em nove dias de aulas, a minha filha aprendeu duas letras: i e u e quer fazê-las até à (minha) exaustão… Também tem de escrever o nome em letras manuscritas, porque com as outras já escrevia desde os tenros 5. Nada de especial para quem se está a estrear nestas lides. Aliás, no primeiro mês, até nos foi dito que os alunos não têm TPC, só que treinar… com os pais, claro!
Também precisamos de ter prontinho para levar um portátil para as aulas de TIC (Técnicas de Informação e Comunicação), o CD de inglês devidamente descarregado e ouvido no descanso do lar. Só falta mesmo termos de saltar nas aulas de ginástica e cantar nas de música. Já faltou mais.
Com este andamento, temo que, até dezembro, já leia os Lusíadas e eu esteja num daqueles retiros espirituais onde as letras não são tão importantes assim, muito menos um computador.
Carla
Sobre os Planos
O dia em que nasceu o meu filho foi o dia mais infeliz da minha vida. De nada me valeu o curso de preparação para o parto, o yoga para grávidas nem a carrada de literatura sobre a gravidez, o plano de nascimento, a amamentação e os cuidados com um recém-nascido. Nada me preparou para o dia em que, estando eu entre a vida e a morte, me arrancaram o meu filho de dentro de mim. Num dia estava feliz a fazer a árvore de natal com o meu marido, e uns dias mais tarde estava sozinha e apavorada num bloco de partos (poupo-vos os detalhes mórbidos de todo o processo).
Não vi o meu filho nascer, não lhe ouvi o choro, não lhe pude tocar, embalar ou amamentar. Quando, finalmente, o pude ir conhecer, ele já tinha 5 dias e não era o bebé lindo que eu tinha sonhado. Era pouco diferente de um ratinho, com a cabeça ainda disforme, sem cabelo nem pestanas e só com uma fina penugem que lhe cobria o corpo de 27 cm. Nascido às 30 semanas de gestação, o meu filho tinha o peso de um pacote de leite e eu não podia mexer-lhe, sentir o cheirinho, nem sequer mudar-lhe a fralda.
Duas semanas depois, tive alta mas voltei para casa de mãos a abanar, para um lindo quarto de bebé vazio. Todos os dias ia ver o meu filho, só que tinha horas e tempo limitado para lhe pegar. Não foi como tinha imaginado. Quando o trouxe para casa, ele tinha um mês e meio, mas continuava a ser um
bebé minúsculo e nada era como vinha nos manuais ou nas histórias e discursos que sempre
tinha ouvido. Foi muito diferente, muito duro, mas acabou por ser a minha história de sucesso. Aprendi a confiar nos planos de Deus.
Entretanto o meu filho cresceu e tem, hoje, quase 6 anos. É um miúdo saudável, giraço e a pessoa que mais amo nesta vida. No entanto, continua a não ser a criança descrita nos lindos textos sobre a maternidade. Sem colocar em causa o seu amor por mim, não é o menino carinhoso e protetor da mãe como costumam dizer que os rapazes são. Os seus gostos e aptidões nada se parecem com os nossos, e o seu comportamento nem sempre espelha a educação que lhe damos em casa, o que me leva, muitas vezes, a duvidar do meu trabalho e eficiência como mãe. Sei que faço e dou o meu melhor, mas não raras vezes me questiono. Será suficiente? Será o correto?
E, mais uma vez, a vida mostra-me que não vale a pena fazer planos, e eu aprendo que tenho de respeitar a individualidade do meu filho como respeito a de qualquer outra pessoa. Que não vale a pena sonhar com o que os filhos serão ou farão, mas abrir bem os olhos para ver o que eles realmente são e fazem, neste momento, no aqui e agora. Olhá-los e vê-los como o milagre que nos aconteceu. Como o nosso melhor caso de sucesso, porque seja qual for o final da história, aquilo que já ganhámos ninguém nos tira.
N.
Não vi o meu filho nascer, não lhe ouvi o choro, não lhe pude tocar, embalar ou amamentar. Quando, finalmente, o pude ir conhecer, ele já tinha 5 dias e não era o bebé lindo que eu tinha sonhado. Era pouco diferente de um ratinho, com a cabeça ainda disforme, sem cabelo nem pestanas e só com uma fina penugem que lhe cobria o corpo de 27 cm. Nascido às 30 semanas de gestação, o meu filho tinha o peso de um pacote de leite e eu não podia mexer-lhe, sentir o cheirinho, nem sequer mudar-lhe a fralda.
Duas semanas depois, tive alta mas voltei para casa de mãos a abanar, para um lindo quarto de bebé vazio. Todos os dias ia ver o meu filho, só que tinha horas e tempo limitado para lhe pegar. Não foi como tinha imaginado. Quando o trouxe para casa, ele tinha um mês e meio, mas continuava a ser um
bebé minúsculo e nada era como vinha nos manuais ou nas histórias e discursos que sempre
tinha ouvido. Foi muito diferente, muito duro, mas acabou por ser a minha história de sucesso. Aprendi a confiar nos planos de Deus.
Entretanto o meu filho cresceu e tem, hoje, quase 6 anos. É um miúdo saudável, giraço e a pessoa que mais amo nesta vida. No entanto, continua a não ser a criança descrita nos lindos textos sobre a maternidade. Sem colocar em causa o seu amor por mim, não é o menino carinhoso e protetor da mãe como costumam dizer que os rapazes são. Os seus gostos e aptidões nada se parecem com os nossos, e o seu comportamento nem sempre espelha a educação que lhe damos em casa, o que me leva, muitas vezes, a duvidar do meu trabalho e eficiência como mãe. Sei que faço e dou o meu melhor, mas não raras vezes me questiono. Será suficiente? Será o correto?
E, mais uma vez, a vida mostra-me que não vale a pena fazer planos, e eu aprendo que tenho de respeitar a individualidade do meu filho como respeito a de qualquer outra pessoa. Que não vale a pena sonhar com o que os filhos serão ou farão, mas abrir bem os olhos para ver o que eles realmente são e fazem, neste momento, no aqui e agora. Olhá-los e vê-los como o milagre que nos aconteceu. Como o nosso melhor caso de sucesso, porque seja qual for o final da história, aquilo que já ganhámos ninguém nos tira.
N.
28/09/2015
Fato de treino… no colégio
Desde dia 15 de Setembro que pareço a mulher zombie, ora a rir, ora a chorar, ora a bocejar… Sobretudo a bocejar. Motivo: a pequena criatura iniciou o primeiro ciclo e eu deixei de ter o primeiro sono da manhã. Toca a despertar, tomar banho, tratar de pequenos-almoços, ver se a farda está completa, pegar na mochila, lancheira e, já agora, na minha mala. Não esquecer a criança, mas ela faz-se ouvir, não há problema! Entrar no elevador e ver se estamos todos compostinhos rumo ao novo dia que mal nasceu (pelo menos é a impressão que tenho).
Sinto-me vitoriosa por seguir um dos mandamentos da minha mãe, traduzindo, vou decentemente vestida, penteada e, pasme-se, consigo até sair maquilhada. Pareço quase a mulher maravilha não fosse a correria e a agenda cheia de tarefas para cumprir, a martelar na minha cabeça ainda meio adormecida.
E eis que entro na sala onde se reúnem alunos e professores antes do dia começar. No primeiro, levo logo uma cotovelada no olho de uma mãe atrasada, que não sabe que a palavra “desculpe” existe. Assumo como uma praxe.
Depois, olho em volta e chego à conclusão que as mães são como as castas de uvas. Há para todos os vinhos, mais doces, mais amargas, mais claras ou sempre bronzeadas. Mas há uma espécie que se distingue e com a qual ainda não me tinha cruzado anteriormente: as impecavelmente vestidas num fato de treino justo, e maquilhadas como se fossem para uma festa. Umas mostram as curvas, outras a falta delas. Todas a serenidade de quem, a seguir à entrada das crias nas aulas, vai caminhar, praticar exercício ou simplesmente não fazer nada até ser hora de voltar a picar o ponto.
E, não invejando nada o fato de treino na versão cheio de base, cobiço o tempo para nada fazer que ostentam. E, sim, sei que nunca conseguiria ser assim, mas a verdade é que uma certa raivinha se apodera de mim por uns quantos minutos.
Carla
27/09/2015
A magia do sono ( ou a falta dele )
Uma mãe sabe que está com falta do dito quando tira um pacote de leite da despensa, faz os cereais para a cria, e volta a arrumar o pacote na despensa ( bem arrumado para que se saiba ).
Andei doida a pensar onde raio está o pacote, se ainda há pouco o abri...
Andei doida a pensar onde raio está o pacote, se ainda há pouco o abri...
Xana
Calafrios, hormonas e desequilíbrio materno
O Afonso disse-me "mãe, quando estou feliz sinto uma coisa assim pelo corpo todo. Isto acontece-me quando estou feliz e apaixonado".
Pelo sim pelo não dei-lhe já um Ben-u-Ron. Seguramente que está a chocar alguma.
Esta coisa das hormonas mexe com uma mãe. Não estou preparada para partilhar o meu homem miniatura com mais ninguém. Sobretudo não estou preparada para deixar de ser o amor da vida dele.
Sou um nadinha Drama Queen, já sei.
Pelo sim pelo não dei-lhe já um Ben-u-Ron. Seguramente que está a chocar alguma.
Esta coisa das hormonas mexe com uma mãe. Não estou preparada para partilhar o meu homem miniatura com mais ninguém. Sobretudo não estou preparada para deixar de ser o amor da vida dele.
Sou um nadinha Drama Queen, já sei.
Em Julho fiz anos. Um dia antes perguntei: "Quem faz anos amanhã?"
O jeitoso respondeu: "A Joana!" (o meu filho tem 5 anos e tem já um namoro sério e assumido há uns meses).
Sou uma mãe tolerante e dei uma segunda oportunidade colada a uma pista: "Não! Quem é a miúda muita gira que faz anos amanhã?"
Resposta: "Só pode ser a Joana!"
Contra-resposta: "Lembras-te da PlayStation que querias?! Esquece!".
Resultado: filho a chorar desalmadamente.
Não sei porquê...às vezes quando faço uma introspecção (parece mentira mas é verdade) tenho a sensação de que eu e ele estamos a crescer em sentidos inversos. Ou seja, ele vai efetivamente rumo ao mundo dos crescidos. Eu estou claramente a desabar para a infantilidade.
Rita
O jeitoso respondeu: "A Joana!" (o meu filho tem 5 anos e tem já um namoro sério e assumido há uns meses).
Sou uma mãe tolerante e dei uma segunda oportunidade colada a uma pista: "Não! Quem é a miúda muita gira que faz anos amanhã?"
Resposta: "Só pode ser a Joana!"
Contra-resposta: "Lembras-te da PlayStation que querias?! Esquece!".
Resultado: filho a chorar desalmadamente.
Não sei porquê...às vezes quando faço uma introspecção (parece mentira mas é verdade) tenho a sensação de que eu e ele estamos a crescer em sentidos inversos. Ou seja, ele vai efetivamente rumo ao mundo dos crescidos. Eu estou claramente a desabar para a infantilidade.
Rita
25/09/2015
Devaneios de uma mãe que até costuma ser muito zen
Ah, o tempo que uma mãe tem para respirar... Muito pouco!
Começou a vida escolar para a minha pirralha. Basicamente é mudar de vida: nova escola, novos começos, novas amizades, novas rotinas.
Estou apavorada. Na minha mente pairam sombras. Questões e mais questões. Será que se vai adaptar? Será que vai ter logo novos amigos? Como se irá safar sozinha? Será isto? Será aquilo? Cria asmática e celíaca... ai pânico! Estou em pânico.
Conforto onde estás? Fala comigo. Diz-me, onde pairas? "Está nas mamãs amigas que te acompanham desde o infantário", diz o meu cérebro, parecendo longe.
Começou a vida de estudante. Aiiii socorro!! Quero encaixar-te de novo no meu colo (lembras-te Inês, ficavas horas a dormir no meu colinho, eras um bebé tão pequeno...) e apertar-te muito e não te deixar ir para o mundo. És minha filha , minha! Quero proteger-te de tudo e de todos. Não quero que tenhas TPC´s e testes e stresses com amigos - como se ir para a escola primária fosse ruim... Tonta.
Vem a cria na sua inocência, aura iluminada, olhos brilhantes e diz me, com atitudes, gestos e olhares "está tudo bem mamã, calma, respira pois está tudo bem. Tudo corre maravilhosamente, estou bem, estou feliz e adoro o colégio."
Que mais pode uma mãe pedir?
Xana
23/09/2015
Ainda sobre o início das aulas...e as dificuldades de adaptação
Este ano letivo tudo mudou. A criança cresceu e entrou na primária.
Neste salto, houve mudança de escola, amigos que foram para longe, outros que continuam perto de casa mas longe da vista. Feitas as contas, foi quase cada um para seu lado e só uma amiguinha é que acompanhou o Afonso neste novo percurso.
Foi dura a mudança: Houve choro na despedida do Jardim de Infância. E abraços. E mais choro. E telefonemas. E mais choro. E encontros. E mais choro.
Na entrada no novo colégio a entrada foi cautelosa. Tudo parece enorme e estranho. As rotinas são um bocadinho assustadoras. Acordar cedo é tramado. A quantidade de coisas que há para aprender em tão pouco tempo é de tirar o fôlego.
Mas o pior é a ausência dos amigos, do grupo, da malta das brincadeiras e das parvoices. Agora já há grupinhos (e não são tão fixes como os outros). Temos claramente os "chicos espertos" que acham que sabem tudo e gostam de o mostrar; temos os "mudos" que obviamente não abrem a boca...um simples "olá" era coisinha para lhes cair um dentinho. Temos os cromos que optam por ser diferentes e fazer tudo às avessas porque deve ser fixe lá na rua deles.
E perante isto a malta fica assim... meio só. Meio perdida. Sem saber se vai conseguir ser como no Jardim de Infância onde se podia ser criança e brincar à séria. Onde tínhamos amigos. E festas. E gargalhadas. E parvoeiras. Muitas parvoeiras.
Bom..quanto à adaptação da criança...foi na maior (o drama lá de cima era só meu). A escola é fixe. É grande e dá para correr e jogar à bola à vontade. Com os chicos espertos, mudos e cromos. Há mais amigos a juntar aos do ano passado. E portanto mais gargalhadas e parvoeiras. Muitas parvoeiras.
Crescer tira-nos clareza e liga-nos o "complicador"!
Rita
21/09/2015
Sentimento pré início das aulas
(para quem, como eu, teve de levar o filho para o trabalho durante as férias)
Contudo, a realidade após uma semana de aulas, com as crianças a ir para escolas novas, é ligeiramente diferente...
Acordar às 7h, preparar mochila e marmita, lidar com o mau humor matinal do miúdo (como se já não bastasse o meu), trânsito para a escola, ouvir a "boca" da professora sobre as horas de entrada, seguir em stresse para o trabalho, acelerar todo o dia para tentar sair mais cedo para outra reunião de pais a horas muito pouco práticas para quem tem de prestar contas no emprego, conhecer os outros pais e perceber que não gosto deles, trazer o miúdo por arrasto para casa (10 horas na escola parece que não lhe chega), preparar-me para a habitual birra por causa do banho, fazer o jantar, ajudar com os trabalhos, ler a história da Quinta do Sr. Francisco pela milésima vez, e adormecer ainda sem a história ter chegado ao fim.
Quando é que são as próximas férias mesmo?
N.
Pediculose
No primeiro artigo para o blog achei que o que fazia mais sentido era prestar uma espécie de serviço público.
Vou falar sobre pediculose. Dito assim parece uma coisa chique. Mas são piolhos.
A pertinência do assunto deve-se ao facto de estarmos em altura de início do ano letivo. Não tem nada a ver com facto do Afonso ter agora entrado para o 1º ano, para uma escola substancialmente maior e de andar o tempo todo à molhada com os amigos.
Partilho os 4 passos a ter em conta quando acontece este flagelo:
1. Quando a criança der o alerta "mãe, tenho comichão na cabeça" há que reagir de forma calma de modo a não transmitir nenhuma ansiedade: "Epá que nojo! Não me digas que apanhaste piolhos!"
2. Quando vamos examinar a cabeça ao mesmo tempo que rezamos a Deus para que não seja piolhagem, há que manter o ar e tom tranquilo do ponto anterior.
3. Eis que finalmente encontramos o bicharoco. Com calma agarramo-lo com toda a força que temos enquanto evitamos não arrancar mais do que 5 ou 6 cabelos à criança. Atira-se o animal ao chão e pisamo-lo com convicção só para ele perceber quem manda aqui.
Depois, ao perceber que o raio do bicho é resistente que se farta, lá temos que usar a técnica da unha. Ouvimos o clássico "crac" e evitamos bolsar.
4. Depois disto o ideal é acalmar a criança.
5. Por fim, obviamente, ligamos à avó!
Rita
Ups, fomos jantar fora!
Ah, pois é, as mães também saem de casa sem as crias, as mochilas, os bonecos, os tablets, a música infantil aos berros nos carros, o relógio debaixo de olho e os cabelos em pé. Ou, pelo menos, tentam. E até conseguem, mesmo que o processo seja longo e conte com várias tentativas de boicote feitas por seres que pouco mais têm que um metro.
Hoje, decidimos que a noite era nossa, pelo menos até darem as doze badaladas e o sapato de cristal se perder num sms de conteúdo duvidoso: “Quando vens? A criança está a perguntar por ti”. Contar até dez, respirar fundo e relembrar que ser mãe não é deixar de ter individualidade e seguir em frente sem nervoso miudinho nem culpa assumida.
Foram quatro horas bem passadas entre seis da mesma espécie. Risos, angústias, dúvidas, novidades ou simples banalidades partilhadas e regadas com bom vinho e muitas calorias, porque a semana foi dura e nós merecemos.
Carla
18/09/2015
1, 2, 3, vamos lá fazer isto de uma vez!
É desta. Já está!
Após um ano e tal a trocarmos mensagens de puro delírio maternal, eis que se juntam 5 mães para um desabafo coletivo.
Se pirarmos, ao menos que piremos juntas. Mas guardem-nos um quartinho no Júlio de Matos pertinho do bar.
N.
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